A FTA



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Nota à internet:

Agradecemos ao carinho de algumas páginas de Facebook que compartilharam o link de nosso blog! Tivemos um gigante pico de acessos nessas últimas horas, justamente nessa página que é a mais importante para nós.

Obrigada por divulgarem nosso movimento, nossas propostas e nossa bandeira. Independente dos ricos, dos partidos e dos políticos, fazemos nossa luta todo dia, contra as injustiças, a desigualdade, o conservadorismo e as opressões!

Por um povo livre, por escolas livres, por uma educação diversa, ampliada e, sim, EMANCIPATÓRIA, liquidando as ideologias totalitárias que pregam "partido único", quando dizem pregar "sem partido", que querem o predomínio de sua própria ideologia, quando dizem querer "ideologia nenhuma" (vide, por exemplo, os vídeos e fotos publicados pelos "Bolsonaros" com crianças fazendo saudações militares reverenciando suas campanhas políticas e que, mesmo assim, não são veiculados e/ou denunciados).

De qualquer forma, um abraço e um agradecimento ao ibope, nos vemos na luta.

Frente Terra e Autonomia.

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Companheiras e companheiro de luta, abaixo apresentamos o conteúdo da Cartilha de apresentação da FTA, que tem objetivo de apresentar e discutir a nossa organização, o que a gente faz e os nossos objetivos. Essa cartilha é ideal para quem deseja fazer parte da FTA ou simplesmente nos conhecer!

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CARTILHA DE APRESENTAÇÃO DA FTA

Olá! Você está com a Cartilha de Apresentação da Frente Terra e Autonomia em mãos. Este material tem objetivo de apresentar e discutir a nossa organização, o que a gente faz e os nossos objetivos. Essa cartilha é ideal para quem deseja fazer parte da FTA ou simplesmente nos conhecer!

Nós temos outros materiais que também falam sobre a gente, como o nosso Manifesto da FTA dentre outros. Você pode acessar todos em nosso site e e-mail: frenteterraeautonomia.org / frenteterraeautonomia[arroba]riseup.net.

FRENTE TERRA E AUTONOMIA

A FTA é uma organização social de luta comunitária que atua em Minas Gerais desde 2013. Somos trabalhadoras, trabalhadores, desempregados, mulheres, estudantes, que nos organizamos em nossos bairros para lutarmos por nossos direitos e por transformações mais profundas nessa sociedade desigual. Precisamos lutar sempre por moradia, educação, cultura, saúde, trabalho… e pensamos que um dos locais para fazermos essa luta é na nossa comunidade.

Entendemos que precisamos lutar porque nossa sociedade é formada por uma estrutura de dominação, que impõe o privilégio de alguns sobre o trabalho e a opressão de outros tantos. Trabalhadores têm o seu trabalho explorado pelo patrão, negras e negros sofrem com o racismo, a juventude periférica com a violência estatal e policial (também racista), mulheres sofrem com a violência de gênero (doméstica, sexual, psicológica), as pessoas LGBTT* sofrem com o preconceito, violência e invisibilidade por suas orientações sexuais… tudo isso além das penosas contas que nunca acabam e que sempre aumentam, como o aluguel, a energia, a água, o cartão, a saúde, a escola dos filhos, a tarifa do transporte… Em favor da garantia de privilégios econômicos, culturais, sociais e políticos, somos submetidos à exploração e opressão.

Nesse sentido, sentimos a necessidade de nos organizarmos pela base em nossos bairros e lutarmos contra as injustiças que existem, pela defesa dos nossos direitos ao mesmo tempo em que também lutamos contra a raiz dessas injustiças. Organizar pela base significa que façamos nós por nós mesmos a nossa luta, que quem responde por nós somos nós mesmos e que somos capazes de fazer política distante do governo, dos políticos e da iniciativa privada.

Não acreditamos nas eleições, no Estado. Todo governo, seja de esquerda ou de direita, não será capaz de trazer a justiça social e a verdadeira liberdade para o povo. Isso porque o governo por si só é uma estrutura de dominação, que também divide a sociedade em classes: governantes e governados. Entendemos que a transformação que desejamos só é possível por meio de nossa força de vontade e nossa ação, e não por intermédio e representação de terceiros, que recebem milhões e governam para continuar tudo como está. Mesmo o mais radical dos governos não será possível alcançar a transformação pela qual lutamos: queremos um povo livre e uma sociedade igualitária, onde as diferenças não se tornem desigualdades e todas e todos possam participar ativamente da vida política, das decisões coletivas, dos rumos de nossas vidas. Nenhum governo é capaz de conduzir transformações para essa realidade. As eleições só servem para mudar de 2 em 2 anos a máscara daquilo que no fim das contas serve apenas para nos dominar.

Dessa forma, assumimos para nós, enquanto povo, a iniciativa de organização e de luta. É isso que chamamos de ação-direta. Assembleias, reuniões, conselhos, atividades culturais que fortaleçam os nossos traços, a nossa cultura e as nossas características, mobilizações, manifestações, integração de diferentes lutas (comunitária, sindical, estudantil, do campo, de gênero, raça…) são algumas das expressões de ação-direta e dos ingredientes que fazem parte daquilo que chamamos de “criar Poder Popular”.

Lutamos para criar Poder Popular para que a nossa voz seja ouvida e faça valer. Não suplicamos ou esperamos a solução vir de cima: pelo Poder Popular, nos organizamos e nos movimentamos por baixo. A sociedade está muito bem montada para que as coisas continuem da forma como estão: o povo trabalhando, produzindo riqueza e sofrendo em vários sentidos. Por isso, lutamos por um mundo novo, pensado a partir de outra lógica, que seja orientado pelos interesses do povo e organizado por quem trabalha. Então vem a pergunta… como fazemos isso?

Assim como nós pensamos que é só nós por nós mesmos que poderemos conquistar os nossos direitos, também pensamos que é por meio de nossa organização de base que podemos começar a praticar um mundo novo a partir de hoje. Nas nossas lutas, mobilizações no bairro, assembleias, reuniões, buscamos praticar novas formas de relações. Solidariedade, união, apoio-mútuo, respeito, consciência de que estamos todas e todos juntos e não separados, são princípios que consideramos fundamentais para lutar por este mundo novo. Falamos em praticar no hoje a sociedade que queremos amanhã. É a gente ter consciência de que só a luta muda a vida e reconhecermos a importância da luta na sociedade!

Por isso tudo somos revolucionárias e revolucionários. Não ousamos tomar o Estado e iniciar outra forma de governo, como aconteceu em outras revoluções. Não pensamos que seremos nós a vanguarda da revolução, que iremos guiar o povo: não! Mas sabemos que somos parte desse processo, que é construído coletivamente por aquelas e aqueles que sofrem e se rebelam. E também não achamos que “revolução” é coisa do passado, superado pela história. Não. Enquanto houver opressão, exploração e injustiça, existe a possibilidade de revolução. E mais, existe a necessidade de revolução.

A revolução não é só aquele dia em que todas as pessoas se levantam em grande rebeldia contra o capitalismo, o Estado e as opressões. Ela é também, mas não só. Ela é, antes disso, todo esse processo que defendemos aqui nessa cartilha. É o processo de resistência, de vivência, de experiências, tropeços, conquistas e vitórias, todas alinhadas e impulsionadas por sentimentos comuns… revolta, união, solidariedade, determinação, ousadia e esperança. Unidas e unidos por estes sentimentos que fomentam nossa luta, caminhamos conquistando e avançando por transformações radicais em direção à sociedade em que colheremos o que plantamos e sejamos respeitados uns pelos outros como iguais!


E PARA FAZER PARTE?

Se você mora em alguma comunidade que atuamos, basta procurar a nossa militância, conhecer melhor a FTA e manifestar o interesse. Se você não mora em alguma comunidade com atuação da FTA, não tem problema nenhum, a FTA tem militantes de apoio-externo e militantes moradoras/es, e você pode procurar a nossa militância para também conhecer melhor a FTA, manifestando o interesse.

Assim, estipulamos que para a participação definitiva da FTA, a pessoa que estiver ingressando precisa ter participado de no mínimo 5 reuniões de núcleo em alguma comunidade que atuamos e de atividades que este núcleo esteja construindo. Após estas reuniões, a pessoa é convidada a uma Assembleia para ser apresentada e então integrada em nossas fileiras.

Finalizamos aqui a nossa cartilha de apresentação. Esperamos que ela tenha levantado um bom debate e sido bem clara. Qualquer dúvida ou pontuação, converse com nossa militância! Quando as e os de baixo se movimentam, os de cima caem!

Lutar, Criar, Poder Popular!

Minas Gerais, 2015